Bares temáticos. Há quem tenha medo deles. Alegam que isso é coisa de anos 80, ou coisa de parque de diversões norte-americano. Alô, reclamões: respeito o gosto de vocês mas, na boa, tanto A-Ha quanto o Magic Kingdom são divertidos pra caramba! Ou seja, com essa apresentação já deixo claro que tenho a mente aberta, e vamos conhecer um bar onde o reggae é o grande diferencial: Carnal.
Confesso que meu conhecimento no universo do reggae é recheado de clichês, e que não passei mais do que três minutos no Google lendo sobre o assunto – já estou atrasado, sorry people. Independente do que a cabecinha espera, o Carnal é na verdade um bar que segue bem o padrão de outros bares de Buenos Aires: decoração simples mas com um toque pessoal, iluminação cuidadosa, mesas de diferentes formatos para agradar a maioria, etc. E claro, objetos que fazem referência ao tema e reggae music all night long.
Prova disso era olhar para a esquerda (ou para a direita, depende do ponto de vista, como tudo na vida, mas estou só enrolando) e sentir a preguiça tomar conta: poltronas enormes, macias, daquelas para sentar, pedir uma orgia gastronômica e não sair mais.
Olhando para a direita (ou para a direita, depen... enfim) um bar lindão, com mais garrafas que colecionador de feira, bem organizado e palco para quase uma centena de drinks diferentes.
Mas ainda dava tempo de fazer uma boquinha, e por mais inha que fosse essa boca, a cozinha provou que dentro da sua simplicidade - e você sabe, eu também amo as coisas simples - ela tinha absoluto controle: mini pizza com mussarela, tomate cereja e manjericão. Daquelas de continuar comendo mesmo sem fome.
E a barra lindona, será que podia competir com alguns dos melhores tragos que experimentei nos bares de Buenos Aires? Vejamos: um Pasión Carnal, com Rum Havana Club, Martini Bianco, laranja e pêssego. O suco de laranja de caixinha prejudicou a receita, mas reclamo mais apenas pela expectativa que a elaborada carta e o bonito bar criaram. Já diz o sábio: a expectativa é a mãe da merda.
O segundo trago já mostrou mais potencial: Caipears, uma releitura de caipirinha feita com vodka Absolut Pears, maçã, lima e Bitter Angostura. Refrescante, e no meu ridículo universo clichê que criei para o reggae, combinou perfeitamente.
Conhece aquela máxima que diz: explorai todos os cantos e não surpreende-te com o súbito? Não mente. Não conhece porque eu acabei de inventar. Mas é o seguinte: antes de ir embora, resolvi subir as escadas e só então conhecer o terraço do Carnal. Oh boy... como fui burro. A começar pelo bar, mais enxuto, mas que fui aprender depois, com preciosos conselhos de portenhos, que faz tragos muito melhores do que os provados lá embaixo.
E o clima? Ao contrário do ambiente mais tranqüilo do primeiro salão, mais propicio para as conversas intimas e uma refeição calma, aqui era quase uma prévia de noite: abarrotado de gente linda, conversas animadas, som mais alto... Sabe aquela coisa de filme, uma ilha dividida em dois lados, um é moroso e o outro é uma esbórnia e o pessoal quer se atirar na farra? Senti exatamente isso.
Apesar de não ter compreendido a proposta do Carnal logo de primeira, refletindo sobre a noite em questão me sinto mais seguro para afirmar que o bar tem sim um charme bem particular. Com seus drinks marcados na casa dos $28 (R$14), certamente tenho vontade de me socar por imaginar clichês babilônicos do universo reggaero, abrir o coração e me atirar com vontade outra vez em uma noite, muito provavelmente, mais certeira.
Carnal
Niceto Vega 5511 (esq. Humboldt) – Palermo Hollywood
Cap. Federal – Buenos Aires
(11) 4772 7582
www.carnalbar.com.ar
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Carnal | reggae em Buenos Aires
quinta-feira, 17 de junho de 2010 - 04:56
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Geraldo Figueras
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5 comentários:
já falei pra Quéle, no woman no cry, a gente vai lá na próxima vez! Palermo sempre foi um mistério pra mim, mas com o teu blog I can see clearly now... hehehe
Hahah, Marco entrou no clima do post! E avisa Quéle que o que ela tiver sabendo de bom por lá e quiser mandar, a casa está sempre aberta!
Abração
Reggae Night! 'till the morning light...
E com esse Caipears, eu teria uma relação carnal, ou spiritual? até com um caipiiiirrrra.
Muito bacana os tragos, mas volto a insistir; porque canudinhos nos copos?
Teus posts estão a cada dia melhores!
Abraços.
Aêêê, acabei de ver no outro post, que você também concorda sobre canudos desnecessários...
Só gosto do nome deles em ingles: Straws: daria um belo nome de drink, não acha?
Tipo: "Drunks strongers straws", ou "Soft pink straws", para as patricinhas.
Ligia já está começando a dar consultoria para cardápios de tragos ehheeh. E vou em breve iniciar uma campanha contra os canudos, aguarde!
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