Acho simplesmente demais receber dicas de outras pessoas, comuns como eu. Não que eu seja comum no sentido sem graça da palavra, ou talvez sim, não sei, esquece, semana que vem eu falo isso na terapia. Mas voltando ao assunto, sugestões sempre são perigosas, mas há algo de delicioso nesse perigo, pois cada um tem uma visão diferente das coisas. Nesse caso em específico, me indicaram O BAR do momento, onde os trendsetters da cultura pop de Buenos Aires se reuniam em discussões engajadas ao redor de tragos de autor de primeira. Demorou, foi pro Le Bar.
O que não me contaram era que a casa era charmosa demais, antiga, de pé direito duplo e sofás propícios para duas coisas: se jogar e bater papo com os amigos, ou passar o braço e se aconchegar naquela pessoa querida e falar mais baixinho. Pequenas velas dispostas nas mesas e luminárias que lembravam gotas ornamentavam o salão bem freqüentado, e escolhi de cara uma de suas mesinhas.
Mas o espírito aventureiro-investigativo faz parte do programa. Me fiz de louco e fui procurar pelo banheiro, subindo as escadas. No segundo andar, pequenas salas separadas com mesas afundadas, daquelas que você senta no chão. Foquei na única sala vazia, pois as demais, abarrotadas de amigos em animadas conversas subitamente silenciadas pela minha mera presença com a câmera apontando. Fiquei com vergonha e não tirei foto. Acontece. Devia ter bebido antes.
Voltei, passei reto pelo pessoal com cara de “what the fuck” pra mim e subi mais um andar. Um terraço show de bola, com paredes grafitadas, poltroninhas coloridas e uma vibe mais tranqüila. Claro, olhando essa porcaria de foto que eu tirei não dá pra entender que o lugar é bacana, mas depois de um dia inteiro chovendo como nunca era difícil manter o aspecto do lugar. Sorry, Le Bar. Minha culpa!
De volta a minha mesa, enquanto olhava o cardápio ainda tentei espreitar a conversa das mesas ao redor. Que falta de educação a minha... Na real, não escutei nada, mas tentei entrar na onda que me falaram e conversar sobre Satre, nanotecnologia e dadaísmo. Vã tentativa, porque a vida também é feita de futilidades, assim que o foco principal da conversa era o saleirinho mirim mini junior, coisa-mais-fofinha-quero-levar-para-casa.
Numa vontade quase incontrolável de salgar alguma coisa que pedi o prato fotografado a seguir. Como sou um profissional assaz competente, anotei imediatamente a descrição do mesmo. NOT! Mas olhando a foto, que também não da para ver direito, eu explico: batatas perfumadas com alecrim e mais alguma coisa assadas com casca e um molho deliciosamente picante. Saudades de ti, molho picante.
Jimini C. Oi? É o nome do primeiro trago, extremamente aromático. Levava vodka Absolut Appeach, suco de peras, gengibre e menta fresca. Suave como cafuné de mãe.
Mais docinho, fazendo um contraponto no pedido, o Lola. Adoro esse nome, Lola (outra informação que não vem ao caso, ok). Mas o Lola, que eu adoro o nome, era feito com tequila, menta fresca e nosso amigo oxicoco, que vocês moderninhos conhecem como cranberry.
Longe da idéia de sarau que eu imaginava, o Le Bar é na verdade daqueles lugares para bacanas para uma saída discreta (há quem diga que é bom para levar amantes, mas ai eu não sei...). Com uma agenda bem organizada de diferentes DJs para cada noite, vale a pena acompanhar o blog dos caras, separar bons $25 (R$13) para cada drink e curtir com calma a sua noite. Só não vale ficar falando de saleiros.
Le Bar
Tucuman 422 (esq. Reconquista) – Microcentro
Cap. Federal – Buenos Aires
(11) 5219 0858lebarbuenosaires.blogspot.com/
Mapa
Le Bar | o centro também é boêmio
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4 comentários:
Le Bar...baridade!
É um lugar impróprio para algumas idades, como a minha...
Se o Le Bar é seu, então providencia um pouquinho mais de luz, pra gente poder ver as coisas bacanas...
Eu adoraria ter olhos de Lobo Mau, ou visão Raio X pra ver melhor os tragos de autor. No meu caso, quando for lá, levarei um kit de emergência: uma Icon Black Diamond; uma lanterna de cabeça, que me deixa com os braços e mãos livres, pra pegar todos os copos, e sei lá mais o que, e ao mesmo tempo poder enxergar tudo!
Terei que pedir esse primeiro drink Jimini C, na versão Jimáxi G. - de grande, e de outros significados que dispensam comentários.
Se o Le Bar reúne num mesmo lugar: trendsetters da hora, ambiente descolado, tragos de primeira, comidinhas bacanas, com saleirinhos hypes, então a galera pode falar abobrinhas à vontade, que tá perdoada.
O post ficou bem In Spirits da coisa; a sua cara!
Bjs
Ligia,
Não te preocupa que já encomendei câmera nova, as coisas ficarão melhores por aqui. Mas garanto que pode ir no Le Bar sem lanterna, não é tão escuro quanto parece. Mesmo assim, achei melhor do que as fotos com flash, que estragavam totalmente o lugar. E detalhe, o cardápio de pratos principais lá é BEM interessante.
Beijo
Geraldo Figueras
Menino do céu, amei suas fotos! Não se penalize!Vc encontrou seu jeito de captar a atmosfera do lugar, que realmente não é tão escuro, mas vc captou aquela sensação de "impunidade" gostosa que o Le Bar nos provoca! Sempre que posso vou ao Le Bar, aliás, eu sou uma apaixonada pelo centro de Bs.As. mais que Recoleta ou Palermo, muito mais...
Abraço de BH pra vc, adorei de verdade!
Jacqueline Salgado
Oi Jacqueline,
Fico realmente feliz que tenha gostado. Tenho mais essa preocupação de captar o clima do lugar do que fazer uma foto perfeita, logo é muito satisfatório ler comentários como o teu.
Esperamos te ver mais vezer por aqui :)
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