“I’m bringing sexy back”. No mínimo é o que diz a carne da foto, de uma maciez e vermelho tão lascivos que me admira esse blog não cair em busca pornô. Então na boa: à merda com restaurantes sujos, garçons grosseiros e carne mal tratada. O La Cabrera ta sempre cheio e é por motivos muitos nobres.
Carne boa não é sinônimo de falta de criatividade, prova cabal dada pela deliciosa decoração, ora rústica, ora moderna.
Um restaurante que não tem medo em espalhar pelos seus salões, de forma organizada, acessórios que deveriam, supostamente, estar na cozinha.
Um lugar de consciência corporal. Ao menos para as queridonas rês, criadas para o nosso prazer epicurista.
E que sabe que as amorosas vaquinhas, aqui, são celebridades.
O delicioso caos da decoração segue por todos os camtos. Faltou espaço? Pendura. Mas e o cafezinho pra depois? Ah, coloca a máquina ali naquele canto mesmo.
Mas que fique claro: só pode relaxar com o caos quem tem propriedade para isso. E uma casa deste calibre tem todo o direito.
Okeeeey, okeeeey, meu momento Architectural Digest passou. Vamos aos prazeres da mesa, começando com uma calibrada, bem temperada e salgadinha salsicha parrillera.
Charmosa a forma com que os acompanhamentos chegam a mesa? Sem dúvida.
Saborosas as cebolinhas em conserva, o purê de batatas, as berinjelas e o purê de abóbora? Pode apostar sua mãe que sim.
E a pasta de espinafre na panelinha de ferro? A famosa baby rústica (famosa na minha cabeça, mas enfim).
Uma bela salada fresca e crocante, num colorido tão fantástico que, pelo menos nesse enquadramento, virou protagonista e relegou as carnes a mero cenário.
Oh yeah...yeah baby... olha ela ai. Uma fatia suculenta de um vazio de Kobe beef, macio e vermelho por dentro, com aquela crostinha braseada por fora, e as mini nervuras que só a carne de Wagyu tem capacidade de te mostrar.
Bebendo? Sempre. Uma adega símbolo desse nosso fantástico país, com Malbecs disponíveis tanto para o turista “acho tudo muito lindo” quanto ao senhor “que sabor denso e de retrogosto complexo”.
Uma passada pelas demais mesas, em uma mistura de burburinho típico de churrascaria com o semi silêncio, delicadamente quebrado pelo tilintar dos talheres que saciam a fome dos comensais. E também...ué...to enxergando direito?
Yeeepeeeeeee, estou enxergando sim! Mais divertido que sair da sala do dentista, a conta, de aproximadamente R$200 compartilhada em 4 pessoas, veio acompanhada de pirulitos de todos os sabores. Sim, sorrimos, infantilmente, mais ainda porque o simpático e prestativo garçom que, provavelmente, estava ciente que ninguém que se leva a sério demais consegue ser feliz. Assim como o próprio La Cabrera.
La Cabrera
Cabrera 5099 (esq. Thames) - Palermo Soho
Cap. Federal - Buenos Aires
(11) 4831 7002
Mapa
La Cabrera | carnes no ponto
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14 comentários:
Oi, Geraldo!
Sou vegetariana, mas até falando sobre carnes confesso que os seus posts são imperdiveis! hehe
Pensando nos amigos/namorado/família, o La Cabrera então não é caro? A conta com comidas e vinho saiu por R$50,00 pesos por pessoa? Uau!
Abraços e continue nos agraciando com seu ótimo Blog!
Oi Vivi, obrigado pelos elogios :)
E o preço é isso ai mesmo. Buenos Aires encareceu MUITO no último ano, mas como a moeda tá fraca, fica fácil pra brasileiro.
Mas foram R$50, não pesos.
Bjo
geraldo acho muito legal seu blog e ja "usei" varias dicas suas.... to indo pra BAs de novo proxima semana ... tem alguma dica recente??
Jota, fica ligado aqui que vamos postar nos próximos dias uns lugares bem bacanas.
Abraço!
Já não era sem tempo, esse retorno, heim?
Ao trabalho, seu moço!
E que belo recomeço!
Esse (s) La Cabrera é unanimidade!
Adoro! única coisa meio destoante é a quantidade absurda de brasucas! Tupipeople por perto, não seria problema, se eles não gritassem tanto! Porque urram desse jeito, meu Deus?
Acho que é por conta dessa parada priceless! Tudo bem, tá valendo, se a refeição for como essa, do teu post.
Vendo essa adega (pornograficamente recheada) para senhores (as) de retrogosto complexo, deu um tesããão! Amo Malbecs!
Mas cadê os tragos In Spirits? Essa parrillera e esse Wagyu desceram à seco?
Aguardo mais trabalhos (forçados, e voluntários).
Beijos
Ligia,
Nem me fala! Brasileirada se comporta mal por aqui, mas eu tento ignorar ao máximo isso.
E sobre a parrillada a seco, acontece. As vezes beber bem requer comer bem. Ou ao menos é a minha desculpa oficial a partir de agora!
Bjo
Amo esse lugar!!! E, como bem disse a Ligia, parece ser unanimidade mesmo!!!
Mais vontade fiquei de voltar para a cidade que tanto adoro! Vamos ver se da próxima vez o vulcão deixa!!! Rsss!
Abraços.
Hahah, tem razão, não dá pra contar com a boa vontade do vulcão, Débora!
bjoo
Estou indo a BAs pela primeira vez e gostaria de saber se o La Cabrera é melhor para o almoço ou para jantar! Obrigada
Maria Fernanda
Oi Fernanda,
Vai do seu gosto, como preferir. A casa está sempre cheia, o cardápio é o mesmo, atendimento idem.
Bjo!
Geraldo
facebook.com/inspirits
Geraldo, cadê você??????
Fechou a banca? ops, a barra?
Saudaaaade!
Beijos
Oi Ligia
Sem previsão pra nada, infelizmente :(
Gerald,
Volta, volta, volta...
Puxa, a vida e as barras ficaram sem graça, sem sua presença...
ou então abra outro bar...
beijos
Rapaz, topei com o La Cabrera por acaso, num final de tarde do início do século. Tava eu e o Luiz, meu filho, caminhando por Palermo atrás de um mercadinho qdo de repente passamos pela frente e uns garçons arrumavam as mesas na rua, muito bonitas.
Achamos o mercadinho, compramos uns malbecs e decidimos voltar lá. Levamos um banho de bola. Que comida! O mais surpreendente é que era um lugar pequeno e muito simples, com um banheirinho tímido e duvidoso no fundo. Agora mudou, tá reformado, bacanão, com filial no meio da quadra. E a bóia continua a mesma, genial. O que me chamou a atenção na época, além da comida, foi uma crítica de jornal pendurada na parede, que falava maravilhas do restaurante recém-inaugurado. Entendi que a gente tinha descoberto, sem querer, um lugar muito especial. E que, na sequência, ficou, com justiça, famoso.
Te lia pelo Destemperados. Muito legal teu blog. Parabéns
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