Eu amo um calorzinho sim. Daqueles de usar jeans e uma blusinha. Mas eu não sou fã do verão portenho, leia-se sol com 80% de umidade, clima 'pesado' como diriam os locais. Logo, culpo um tremendo dia de 32º graus a procura de uma sombra, no qual eu conheci o Porota.
De aparência feminina (e não digam, por favor, que eu sempre vou em lugar fru fru), o lugarzinho logo encanta pelo varal de passarinhos - que cumprem o posto de anfitriões da casa.
Pelo detalhe dá pra perceber que o trabalho é feito a mão, logo era também de se esperar que o local cumprisse mesmo com o slogan que defende de ''cocina de herencia''.
Ponto então pra quem teve a idéia de deixar o lugar mais home sweet home com esse quadro negro retratando nada menos que as delícias doces que por ali passam. Essas são pra levar pra casa.
Os detalhes da decoração não deixam nada a desejar, tudo bem pensado mesmo. Cada xícara no seu lugar, xícaras que por sua vez são minimamente desenhadas ao estilo casa da vó.
E mais clássico impossível ao completar com ares de casa da bisa, telefone negro e livros que parecem terem sido tirados de um baú que guarda relíquias.
Tudo isso em meio a tortas, muffins e um caixo de alho no fundo - que tal qual minha avó diz ''espanta qualquer mau olhado''.
Fotos e mais fotos daquelas de túnel do tempo, com direito a margem branca e maiôs de dar inveja.
Aqui mais uma lousa com o menú do dia, seguido - claro! e pausa pra isso porque eu amo, cozinha aberta (tudo a ver).
E na porta do lugar uma pausa (denuevo) pra esse origami maravilhosamente bem executado. Quem não ama esses guarda chuvinhas? Ok, voltando ao meu estado de espiríto controlado.
Mesinha e espreguiçadeira lá fora pra quem curte um dia sem vento, o que não é o meu caso.
E pra esclarecer a falta de pratos no post, eu só pedi um suco de tangerina (maravilhoso e refrescante) porque realmente minha respiração ofegante não me deixava pensar em outra coisa a não ser um balde de gelo.
Porota é isso: retratos da casa da bisa, com mobília da vó e delícias da mãe, pra levar toda a família, e os agregados. Com sucos de $10 pesos (R$5).
Porota
Gorriti 5881 (esq. Carranza) - Palermo Hollywood
(11) 4770 9234
Cap. Fed. - Buenos Aires
www.porota.com
Mapa
Bom para: netos, bisnetos e primos.
Ruim para: ovelhas negra da família.
Maios anos 70: inveja! (NOT!)
Porota | cantinho de família
terça-feira, 26 de abril de 2011 - 10:35
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Amanda Mormito
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Sipan | peruano autêntico em Palermo
O Sipan não é novidade nenhuma. Há anos uma referência gastronômica no Microcentro de Buenos Aires e um dos lugares mais disputados das areias uruguaias de Bikini, em Punta, o peruano volta a essas páginas por recém inaugurar a filial no always trendy bairro de Palermo.
Aproveitando as instalações do bacana hotel boutique Palermitano, o Sipan é decorado exatamente como seus pratos são construídos: uma mistura de um cool básico com elementos aqui e ali que fazem a total diferença na experiência final.
Um bar de pouquíssimas e muito bem selecionadas garrafas, com pratos dispostos sobre o tampo de mármore deixando claro que, é óbvio, ali também se come.
Exatamente como no balcão no qual sashimis e outros pratos de influência japonesa são preparados.
Lembra que eu falei dos detalhes? Cada canto é cheio de peças únicas vindas do Peru, garantindo que o lugar não seja aquele amontoado uniforme de itens adquiridos via licitação de alguma toqueestoque.
O espaço externo, nos fundos, era de chorar de tão delícia. Mas chorei mais porque a chuva castigou o ambiente e, no momento, eu não estava com trajes de banho.
Mas já valeu a pena curtir o ídolo simpaticão que parecia queria me abraçar.
E estas cerâmicas que, de imediato, cunharam um súbito desejo de posse que só consegui expressar dizendo, em voz alta, “quanto custa?”
Mas vamos manter o foco, sentar, e deixar a amazing equipe do Sipan fazer o seu trabalho. Primeiro, uma espécie de milho frito e salgado, servido como se fosse um amendoim. Simplesmente fantástico. Esta pequena e surpreende porção foi o suficiente para que eu perdesse meu interesse por pistaches, castanhas e até macadâmias, meus amores de outrora. Só quero esse milho!
Claro que a essas alturas era inevitável ter um copinho na mão. Como em churrascaria não se pede peixe, vamos começar os trabalhos com um pisco de maracujá, já que estava com saudades da mesma bebida servida em Punta Del Este.
Confesso que já estava feliz tanto com o meu pedido como com os amendoins milhos torrados, mas a cortesia sipaniana só começava. O que você vê ai é uma massa frita recheada de algo que não lembro bem pois já estava bêbado, não entendia o que o simpático atendente falava, mas sorria e concordava com tudo, com um fio de molho agridoce. Comi, sorri.
Chega de mimos? Ainda não. Um mini ceviche servido em colher. Comi, sorri, e me apaixonei.
“Tá, e os barcos, vocês vendem”? Também não. Chorei.
Agora sim, aos pratos principais. Ceviche Mediterrâneo. Eram tantos ingredientes no prato que de novo não vou lembrar e escrever aqui. Forçando a barra, lembro que se destacavam as cebolas roxas cruas, o milho torrado de antes, e um toque de coentro. A refrescância desse prato era tamanha que deveriam substituir todas as propagandas de creme dental por ele.
E, finalizando, um arroz frito com camarões e outros frutos do mar. Quase morri comendo, era muito bem servido.
E, finalizando (de novo) a parte etílica, uma curiosidade particular minha com o famoso “chiclete” dos peruanos: pisco feito com folhas de coca. Diferente, parece uma versão mais intensa do pisco sauer. E não, não deu barato, não enxerguei lhamas voadoras.
O Sipan continua espetacular, e fiquei feliz pra c****** em me lembrar disso, já que fazia anos que eu não aparecia por lá. E como sou referência, meu amigo Bono Vox, leitor assíduo do In Spirits, foi experimentar o pisco de folha de coca. Paul – é assim que eu chamo ele – e mais dois amigos seguiram esse roteiro e gastaram $130 (R$65), acharam barato demais e prometeram que, depois dessa, não vão ficar mais tanto tempo longe desta condecorada cozinha peruana.
Sipan
Uriarte 1648 (esq. El Salvador) – Palermo Soho
Cap. Federal - Buenos Aires
(11) 4897 2100
www.facebook.com/sipanrestaurants
Mapa
Uriarte 1648 (esq. El Salvador) – Palermo Soho
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Bom para: paladares refrescantes e temperados
Ruim para: quem acha que isso é rodízio de sushi
Prataria: preste atenção. É uma das mais lindas de Buenos Aires
Ruim para: quem acha que isso é rodízio de sushi
Prataria: preste atenção. É uma das mais lindas de Buenos Aires
terça-feira, 12 de abril de 2011 - 06:47
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Geraldo Figueras
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