Quem já percorreu por essas páginas aqui antes já sabe: considero Puerto Madero um mundo a parte de Buenos Aires. É um bairro novo, moderno, limpo, pouco movimentado. Enfim, a perfeita antítese da agitada, caótica e clássica capital portenha. Mas em certos aspectos tudo se equivale. Na hora de montar um bar de primeira em todos os aspectos, não interessa se o bairro é Villa Crespo, se é na província norte, ou se é em Miami... digo, Puerto Madero. A excelência é lei e ponto final. Vide o White Bar do Hotel Madero.
O hotel, por si só, já é uma grande metáfora de representação do bairro. Um lobby clean, em que tons de violeta quebram o perfeito branco e servem de cenário não somente aos sofás destinados aos hóspedes, mas também a algumas esculturas e quadros que, se eu soubesse algo de arte além do “gostei; não gostei”, certamente teceria uma opinião crítica positiva pós reflexão das intenções dos artistas.
Os traços retos seguem em outras partes, como este balcão de mármore com bancos altos virado para os fundos do prédio que, parte por desatenção (leia-se “bebida”), parte pela escuridão noturna, não identifiquei o que era. Detalhe para a precisa iluminação do pilar. Certamente se eu andasse por ai com uma iluminação dessas, todo mundo me acharia um cara mais bonito.
Neste mesmo espaço, o que gosto de chamar de “sala do meu pai rico”. Um sóbrio móvel com poucos, mas finos objetos de decoração, e uma mesa de bilhar com o acabamento mais fantástico que eu vi no mundo. Não que eu tenha visto milhares, mas enfim.
Das seletas opções para relaxar e fazer um pedido, impossível não escolher o imenso sofá, cheio de almofadas tão sedutoras quanto... quanto... bem, quanto almofadas. O tampo de mármore servia de pódio para um discreto vaso de lírios. Não sei ao certo se eram lírios pois meus conhecimentos de botânica são deveras parcos, se alguém puder me corrigir, mando um abraço grande.
Melhor ainda é que tais sofás ficavam de frentes para o lindo e propriamente dito White Bar, tão cuidado que até as sombras das garrafas no teto pareciam fazer parte da decoração. Cenário não menos grandioso que o chefe da barra, Emiliano Carpentieri, que assina belíssimos drinks de autor por aqui.
Em uma total falta de respeito à bela obra de Emi, esta foi mais uma daquelas noites em que o nível de álcool circulando no corpo afetou certas percepções cognitivas. Ou seja, bebi pra caramba e esqueci de anotar sobre o que bebi. Acontece. Enfim, esta delícia aqui se chama Mann.
E esta outra, uma homenagem a Cami Chamorro, responsável pelo marketing do Hotel Madero, é o Chamilson. Se a querida equipe do bar tiver vontade, bem que poderiam nos passar aqui os ingredientes de cada um né? Diz que siiiiiiiim!
Mesmo sendo famoso também pelo sushi servido por lá, a noite já se deu por perfeita com essa dupla de tragos por $60 (R$30). Seja para encerrar a noite e subir para um quarto do hotel, ou seguir rumo a outro destino de Buenos Aires, o White Bar fica como um marco da ainda remota zona sul da capital. Aquele tipo de lugar que diz: faça um esforço de vir até aqui, porque eu realmente valho à pena.
White Bar
Hotel Madero - Rosario Vera Peñaloza 360 (esq. Juana Manso) – Puerto Madero
Cap. Federal – Buenos Aires(11) 577 67677www.hotelmadero.com
Mapa
Bom para: quem ainda acha que em hotel só se bebe mini garrafinha de vodka
Ruim para: quem tem preguiça de atravessar a cidade para beber
Bar branco: mas com toque de violeta
White Bar | o bar do Hotel Madero
segunda-feira, 15 de novembro de 2010 - 12:16
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Geraldo Figueras
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Calmo,
Puerto Madero
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4 comentários:
Depois de um tempo sumida, e num clima meio de Apocalypse Now no Rio de Janeiro (pega um pega geral), chegar aqui e ver seu post, é muito cool, e gratificante!
Esse hotel, localização e bar, só podia dar nesse programa très chic e clean! A sua cara!
Um luxo!
Vou emagrecer uns 25kg, colocar um pretinho longo básico, uns óculos escuros, um salto 18, uma piteira à la Audrey Hepburn, fazer clareamento dos dentes, pentear os cabelos à la Lauren Bacall (ou Rita Hayworth) me dirigir ao bar, sentar nesse banco bem alto, e ronronar algo, com uma voz bem grave...e acordar! hehehe
Pronto! acabei com o glamour do post, descambando pra uma comédia pastelão (estou com fome...)
Mas, sério, Geraldo, você faz incursões bairenses, ou maderenses, espetaculares!
Que sortuda essa Amanda! Cada programa!
Adorei esse lugar, chiquerésimo.
Ah...BTW, aquelas flores, são lírios mesmo. De um tipo distinto, mas igualmente sofisticado.
Quando eu decrescer, quero ir num bar assim.
Cadê o Marco Cavalheiro, que não comentou aqui?
Um abração pra todos!
Presente! Estava estudando um dicionário, em busca de novos adjetivos, com medo de ficar repetitivo nos comentários! Que lugar! Sabe que eu tinha uma certa birra com bares de hotel, mas depois deste e de outros posts aqui no In Spirits comecei a mudar de opinião! Gracias Geraldo e Amanda!!
Marco, entendo tua birra. Levou algum tempo pra desmistificar o bar de hotel como algo cool.
Ligia, obrigado por esclarecer as flores! E muita boa sorte ai no Rio :/
Que isso Marco, não agradece. Fazemos questão de fazer esse sacríficio pelo site, ehehe!
Beijos
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