Puro Bistró | charutos e tragos fortes

Você quer se destacar no universo da gastronomia? Existe uma palavra essencial que deve impregnar o seu vocabulário na maioria das conversações sobre o assunto: harmonização. Tudo ganha um aparência aristocrática quando harmonizado, quer venha dos aromas primários de uma picanha de tigre javanês com redução de Kopi Luwak, quer seja um miojão com uma lata de Pomarola. E estas possibilidades são tão amplas que chegam ao rico universo do fumo, como é bem apresentado no Puro Bistró.
Puro Bistro Buenos Aires Bar RestauranteEste restaurante de Buenos Aires, contrariando a linha seguida pelos estabelecimentos de Palermo, faz dos charutos o seu grande diferencial. A casa é decorada de maneira a propiciar um espaço ideal para a queima de um bom havano, valendo-se mais de poltronas e sofás que configuram uma confortável sala de estar – ou um fumoir, se você preferir -, do que um restaurante propriamente dito.
Puro Bistro Buenos Aires Bar RestauranteNão nos esqueçamos do elemento harmonização, obviamente. O enxuto bar do Puro condiz perfeitamente com a proposta oferecida, e traz uma excelente sorte de tragos clássicos que casam muito bem com o momento, com os fumos e, por que não, com uma vontade súbita de discutir assuntos pertinentes ao meu enriquecimento cultural. Oi?

Puro Bistro Buenos Aires Bar RestauranteOutro espaço bacana é uma mesa com o típico feltro verde que incita a uma jogatina, assim como a minha infantil imaginação que sempre pensa em cachorros jogando pôquer quando me deparo com tal peça.
Puro Bistro Buenos Aires Bar RestauranteA climatizada adega está aberta para quem quiser salta do cardápio e escolher diretamente uma garrafa de vinho ou um charuto, que pode ser cortado e consumido no próprio local ou colocado em uma quentinha para viagem.

Puro Bistro Buenos Aires Bar RestauranteJá devidamente atirado no sofá, inspirando profundamente os intensos aromas da fumaça plainava sobre a cabeça, e me deixando levar pelo suave chiado do jazz que me remetia a outras épocas, fiz um tim tim – como diria meu avô – com um copo de Rob Roy, a variação clássica de um Manhattan preparada com scotch, vermouth e angostura bitter. Delicioso, intenso sem ser agressivo.
Puro Bistro Buenos Aires Bar RestauranteAchei que seria falta de educação com o próprio momento se eu não pedisse ainda um Dry Martini, preparado a perfeição e motivo derradeiro de um entorpecimento matutino, ainda antes do almoço. It’s all part of the job, kids.
Puro Bistro Buenos Aires Bar RestauranteClaro que me deixei levar pelo momento e harmonizei a experiência com um Dona Flor de bitola imensa – sim, fui no brasileiro mesmo já que não estava no humor de levar chicotadas do Visa após questionar valores de alguns Cohibias e Partagas. Mas a harmonização foi absolutamente perfeita com ambos os tragos de $25 (R$13) – ou talvez eu apenas estava me enganando pela vontade maior de fazer parte deste atrativo universo cubano. Quem sabe?


Puro Bistró
Thames 1920 (esq. Nicarágua) – Palermo Soho
Cap. Federal – Buenos Aires
(11) 4776 8129
www.purobistro.com.ar
Mapa

4 comentários:

Marco Cavalheiro - Buenos Aires Dreams disse...

o Dona Flor é um bom representante brasileiro nesta área. Eu ainda prefiro harmonizar charutos com algo mais cremoso, como Baileys. Ou quem sabe um Frangelico... Se bem que quando chego ao ponto de partir pro charuto, meu vocabulário se reduz a alguns grunhidos monossilábicos incapazes de soletrar a palavra harmonização... Mas que lugar interessante! E aquela mesa com feltro me pareceu um bom lugar pro próximo encontro de quem escreve sobre BsAs... cem pesos cada ficha? hehehe

Geraldo Figueras disse...

O Dona Flor posso dizer que está entre os 3 melhores charutos que experimentei. E isso que já fumei uns... três.

E entendo tal ponto, é o meu famoso ponto da cerveja. Peguei um copo de cerveja na mão, é porque a situação tá crítica heehh

Ligia disse...

Por Hemingway, muito bacana esse lugar e o seu sugestivo nome.
Esse Dry Martini faria a inveja de James Bond...
Mas se a palavra-chave é harmonizar, pra sentar nessa mesa, eu iria de Bourboun, com um Royal Straight Flush na mão, e um Davidoff na outra.
Ou de Full Hand, iria de Daiquiri, com Compay Segundo de trilha sonora, e um Monte Cristo.
E depois...acordava. (risos)
Sério; eu já me dava por feliz, só de estar em Palermo, num lugar charmoso como esse, e na companhia de meu Amex, claro, não saio de casa sem ele.
Bjs

Geraldo Figueras disse...

Todas excelente pedidas, mas algumas delas dignas de fazer o cartão de crédito soltar um grito de horror só na menção de certos nomes!